PROGRAMAÇÃO MOSTRA PANORAMA
DEZEMBRO 2014
Dias 05 e 06
Terra Estrangeira
de Walter Salles
Classificação:16 anos
No início da década de 90, Fernando Collor, primeiro
Presidente eleito pelo voto popular depois de 25 anos de regime de exceção,
inicia seu governo promovendo o Plano Brasil Novo (conjunto de medidas para o
combate da inflação). Os efeitos dessa política econômica são o ponto de
partida de " Terra Estrangeira" , filme de Walter Salles e Daniela
Thomas. As perspectivas de um futuro incerto levava centenas de brasileiros a
procurar uma única saída para a crise nacional, o aeroporto. E este foi o
caminho que Paco, personagem de estréia de Fernando Alves Pinto, percorreu.
Após o anúncio do Plano Collor ele vê a vida de sua mãe, Manoela, uma costureira
espanhola que sonha em rever sua terra natal , destruída e, sem dinheiro,
aceita entregar um pacote misterioso em Lisboa em troca do custeio de sua
viagem. Ele perde a remessa e segue em fuga para a Espanha. Como que condenado
a um constante deslocamento e sem qualquer esperança, o personagem de Paco
permanece à deriva. Um exemplo perfeito dos orfãos de uma nação que
aparentemente nunca irá acolhê-los. A trilha sonora de José Miguel Wisnick e a
belíssima fotografia em preto e branco de Walter Carvalho contribuem para o
clima noir que percorre todo o filme.
Dias 12 e 13
Estômago
de
Marcos Jorge,
Estômago, de Marcos Jorge, é fruto de encontros
surpreendentes. O primeiro é o do ator João Miguel com Raimundo Nonato,
personagem que parece ter sido escrito para ele, encarnado com enorme domínio e
profundidade. Outros encontros são igualmente decisivos: a comédia e a crônica
social; a sofisticação e o não requintado; a estilização da fotografia e da
trilha sonora e a veia realista das atuações. O equilíbrio entre essas forças
garante ao filme um lugar bastante particular na cinematografia brasileira,
servindo como chave de compreensão não só de seu próprio momento e estilo, mas
também de algumas pontas soltas do cinema brasileiro – do realismo do diretor
Roberto Santos, um dos precursores do Cinema Novo, à estilização típica dos
anos 1980 de Wilson Barros em Anjos da noite, filme cheio de referências pop,
um contraponto ao cinema de análise social do período anterior.
A Hora da Estrela
de Suzana Amaral,
Classificação:14 anos
Baseado no romance homônimo de Clarice Lispector, é primeiro
longa-metragem de Suzana Amaral. Modelo fértil para a história da adaptação
cinematográfica brasileira pela forma criativa com que trabalha o discurso
literário e sua transposição para o cinema. Narra a tragédia social do
retirante nordestino a partir do percurso de Macabéa, uma imigrante alagoana
que abandona o Nordeste para viver na metrópole. Alcançou expressiva
repercussão e conquistou alguns dos principais prêmios nos festivais de
Brasília e Berlim.
PROGRAMAÇÃO MOSTRA PANORAMA
NOVEMBRO 2014
07 e 08/novembro
SERRAS DA DESORDEM
Direção: Andrea Tonacci
Classificação: 14 anos
2006, ficção/documentário, 135 min.
Sinopse:
Carapirú
vagou durante dez anos pelo Brasil caboclo após escapar de um massacre em sua
aldeia. Andrea Tonacci foi um expoente do Cinema Marginal antes de filmar
intensivamente com índios. O encontro desses dois homens resultou num clássico
instantâneo, eleito melhor filme e direção no Festival de Gramado de 2006.
Serras da Desordem, reconstitui a aventura de Carapirú, tendo ele próprio no
papel principal, além de outros que conviveram com ele nos anos 1970 e 1980. Os
reencontros reacendem velhas emoções e despertam novas, à medida que
documentário e ficção se mesclam como em passes de mágica. Ao mesmo tempo, o
filme reconta de maneira original a grande tragédia que se abateu sobre a
população indígena durante o período da modernização conservadora. Uma obra de
puro cinema, mas sem ilusões.
14 e 15/novembro
NARRADORES DE JAVÉ
Direção: Eliane Caffé
Classificação Livre
2003, ficção, 118 min
Sinopse:
Narrar
é uma arte, poder de invenção e de recriação. Narradores de Javé, segundo
longametragem da diretora paulista Eliane Caffé, tem, entre suas forças, o modo
como mostra esse dom de entreter e de transmitir histórias. Diante do risco de
desaparecimento do lugarejo onde vivem, os habitantes de Javé recorrem à
memória para preservar seu mundo. Mas quem sabe direito o que aconteceu na
origem, como aquela gente foi parar lá? Cada contador tem sua versão, e a
história acaba se desdobrando em muitas outras. Enquanto uns relatam a nobreza
e a valentia dos antepassados, outros temperam com humor e picardia o jeito dos
descendentes. A combinação de sabor popular com uma forma simples, porém
elaborada, valeu a Narradores de Javé dezenas de prêmios importantes em
festivais como o do Rio, o CinePE e o de Bruxelas.
21 e 22/novembro
DURVAL DISCOS
Direção: Anna Muylaert
Classificação: 12 anos
2002, Ficção, 96 min.
Sinopse:
O
grande vencedor do Festival de Gramado de 2002 (sete Kikitos, incluindo o de
melhor filme), Durval discos, longa-metragem de estréia da diretora Anna
Muylaert, alterna elementos de comédia absurda, drama comportamental e
suspense. A história do quarentão que teima em vender apenas vinis em sua loja
de discos, sua relação com a mãe amalucada e a chegada de uma menina que vai
implodir esse universo se vale bem da mistura de gêneros e estilos e das
freqüentes mudanças de tom. Também tendo uma menina imaginativa como
protagonista, o curta A origem dos bebês segundo Kiki Cavalcanti, realizado
sete anos antes do longa, já revelava o gosto da cineasta pelo humor insólito e
seu talento para a direção de crianças.
28 e 29/novembro
MUTUM
Direção: Sandra Kogut
Classificação Livre
2007, ficção, 85 min.
Obs.: Abertura com o Curta metragem Rio de
Janeiro-Minas, 1991 de Marily da Cunha Bezerra.
Sinopse:
Neste
programa, curta e longa-metragem se complementam como traduções audiovisuais da
obra do escritor João Guimarães Rosa e do retrato que ele elaborou das gentes e
paisagens do sertão mineiro. O curta Rio de-janeiro, Minas (1991) reconstitui o
encontro no porto de Rio de Janeiro dos protagonistas do romance Grande sertão:
veredas, Riobaldo e Diadorim, que rumam para o rio São Francisco. Já o
longa-metragem Mutum (2007) parte do capítulo de mesmo nome do livro Campo geral
e apresenta Thiago, um garoto de dez anos cujo ponto de vista define como o
espectador vê a realidade de sua família isolada no sertão. Em comum, os filmes
buscam na poesia e no silêncio os segredos da vida.
PROGRAMAÇÃO MOSTRA PANORAMA
OUTUBRO 2014
DIA 03 de outubro, sexta-feira - 20h
DIA 04 de outubro, sábado - 18h
Baile Perfumado e O Homem da
Mata
Classificação:16 anos
Baile perfumado e O homem da
Mata promovem uma mistura curiosa de gêneros ao incorporarem ficção ao retrato
documental. No filme de Paulo Caldas e Lírio Ferreira, revivemos a saga do
libanês Benjamin Abrahão, mascate responsável pelas únicas imagens de Virgulino
Ferreira, o Lampião, quando este vivia em plena campanha no sertão nordestino.
No filme O homem da Mata, de Antonio Carillho, o artista popular Zé Borba da
Silva, ator, canavieiro, cantor, mateiro, compositor, pai-de-santo, artista da
brincadeira folclórica, interpreta Jack, o vingador justiceiro, super-herói
defensor dos canavieiros da Zona da Mata.
DIA 10 de outubro sexta-feira - 20h
DIA 11 de outubro, sábado - 18h
Por 30 dinheiros
Classificação 12 anos
O
cinema nordestino tem a boa fama de ser inventivo e humorado. Realização da
Paraíba, o longa-metragem Por 30 dinheiros não nega a tradição. Dirigido pela
paraibana Vania Perazzo Barbosa e pelo cineasta e crítico búlgaro radicado no
Brasil Ivan Hlebarov, o filme é uma mistura de comédia burlesca com drama e até
mesmo tragédia. No filme, o Cristo tem destino inevitável, tal qual Jesus de
Nazaré, que precisa sofrer e ser crucificado para salvar a humanidade. Ou pelo
menos parte dela. As aventuras, por vezes absurdas, mostram um Nordeste árido,
pobre e sofrido, mas com disposição e fé para mudar o que a natureza impõe e os
governos, omissos, apenas ajudam a agravar. Assim, metáfora e crueza andam lado
a lado, num filme que se nega a enveredar por esquemas narrativos tradicionais
e decide usar toda e qualquer dificuldade de realização como ferramenta a
serviço da estética cinematográfica.
- Por 30
dinheiros de Ivan Hlebarov e Vania Perazzo Barbosa
PB, 2005, Ficção, Colorido, 110 min.
DIA 17 de outubro sexta-feira - 20h
DIA 18 de outubro, sábado - 18h
Serras da desordem
Classificação:10
anos
Carapirú vagou durante dez
anos pelo Brasil caboclo após escapar de um massacre em sua aldeia. Andrea
Tonacci foi um expoente do Cinema Marginal antes de filmar intensivamente com
índios. O encontro desses dois homens resultou num clássico instantâneo, eleito
melhor filme e direção no Festival de Gramado de 2006. Serras da Desordem,
reconstitui a aventura de Carapirú, tendo ele próprio no papel principal, além
de outros que conviveram com ele nos anos 1970 e 1980. Os reencontros reacendem
velhas emoções e despertam novas, à medida que documentário e ficção se mesclam
como em passes de mágica. Ao mesmo tempo, o filme reconta de maneira original a
grande tragédia que se abateu sobre a população indígena durante o período da
modernização conservadora. Uma obra de puro cinema, mas sem ilusões.
DIA 24 de outubro – sexta-feira - 20h
DIA 25 de outubro, sábado - 18h
Os Doces Bárbaros
Classificação
12 anos
O
documentário dirigido por Jom Tob Azulay registra a turnê de shows “Os Doces
Bárbaros”, que aconteceu em 1976 em comemoração aos dez anos de carreira
individual de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Foi uma
turnê de sucesso que se iniciou por São Paulo e passou por Campinas e Curitiba,
mas foi interrompida por um incidente policial em Florianópolis, envolvendo Gil
e um flagrante de maconha. Ainda em plena ditadura militar, o caso tomou
proporções desmedidas, levando Gil à prisão, julgamento e internamento em
clínica de desintoxicação. O filme registra depoimentos dos geniais baianos,
cenas de bastidores, o julgamento de Gil e impagáveis números musicais. Versão
integral sem os cortes da Censura Federal.
- Os Doces
Bárbaros de Jom Tob Azulay
RJ, 1978, Documentário, Colorido, 103 min.
DIA 31 de outubro – sexta-feira - 20h
DIA 1º de novembro, sábado - 18h
Sinhá Moça
Classificação
12 anos
Entre
1949 e 1954, a Companhia Cinematográfica Vera Cruz se firmou como o maior e
mais importante espaço de produção de filmes no Brasil. Com estúdios
gigantescos montados em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), a presença de
técnicos estrangeiros e a contratação de estrelas de
renome para atuar nos filmes, a Vera Cruz tinha a ambição de dar uma “qualidade internacional” aos longas-metragens realizados no país. Sinhá Moça foi lançado em 1953, já nos últimos meses da companhia, e se tornou um de seus principais títulos. Ganhou 11 prêmios no Brasil e no exterior, incluindo menção honrosa tanto no Festival de Berlim, na Alemanha, quanto no Festival de Veneza, na Itália. Com o chamariz da musa Eliane Lage
e do galã Anselmo Duarte, mais a pompa de superprodução de época, o filme até hoje é lembrado como um grande clássico.
renome para atuar nos filmes, a Vera Cruz tinha a ambição de dar uma “qualidade internacional” aos longas-metragens realizados no país. Sinhá Moça foi lançado em 1953, já nos últimos meses da companhia, e se tornou um de seus principais títulos. Ganhou 11 prêmios no Brasil e no exterior, incluindo menção honrosa tanto no Festival de Berlim, na Alemanha, quanto no Festival de Veneza, na Itália. Com o chamariz da musa Eliane Lage
e do galã Anselmo Duarte, mais a pompa de superprodução de época, o filme até hoje é lembrado como um grande clássico.
- Sinhá
Moça de Tom Payne
SP, 1953, Ficção, PB, 108 min.
PROGRAMAÇÃO MOSTRA PANORAMA
SETEMBRO/ 2014
"Sessão de sexta-feira em novo horário: 20 horas"
Sinfonias urbanas
Classificação:14 anos
Embora as grandes cidades se caracterizem justamente pela
enorme quantidade de habitantes em circulação constante, não é nada fácil
encontrar nelas o seu lugar e estabelecer relações com as pessoas. Essa é a
constatação inevitável que surge ao assistir aos curtas-metragens desta
coletânea, cujos personagens estão em permanente conflito com paisagens, ritos
urbanos e até mesmo outros habitantes. São filmes importantes, que passaram por
alguns dos principais festivais do mundo, como Cannes (Estação),
Clermont-Ferrand (Furico & Fiofó), Locarno e Roterdã (Praça Walt Disney), e
que ganharam prêmios relevantes nos principais festivais nacionais, como Gramado
(Ribeirinhos do asfalto), Brasília (Brasiliários), Sergipe (Engano), Anima
Mundi (Furico & Fiofó), Belo Horizonte e Rio de Janeiro (Praça Walt
Disney).
Dias 12 e 13
Comunidades
2
Classificação
14 anos
Recursos Extras Closed Caption e
Audiodescrição
O ambiente sociogeográfico
representado pelas favelas é determinante da identidade brasileira a partir do
momento em que esta se torna eminentemente urbana. É natural, portanto, que o
cinema nacional se volte
com frequência a esse espaço como local privilegiado de alguns dos principais dilemas que enfrentamos. Este programa exibe oito títulos a partir dos quais se pode traçar uma pequena história dos problemas enfrentados não somente pelos moradores de comunidades como inclusive pelos cineastas que decidem voltar suas câmeras para elas. Entre as referências à música popular e os diferentes momentos de relação com as favelas como o espaço de um “outro”, a coletânea termina com o novo momento em que as câmeras estão nas mãos dos próprios moradores, que passam a produzir o seu imaginário audiovisual particular.
com frequência a esse espaço como local privilegiado de alguns dos principais dilemas que enfrentamos. Este programa exibe oito títulos a partir dos quais se pode traçar uma pequena história dos problemas enfrentados não somente pelos moradores de comunidades como inclusive pelos cineastas que decidem voltar suas câmeras para elas. Entre as referências à música popular e os diferentes momentos de relação com as favelas como o espaço de um “outro”, a coletânea termina com o novo momento em que as câmeras estão nas mãos dos próprios moradores, que passam a produzir o seu imaginário audiovisual particular.
A favela é
assim de Thiago Bispo, Bruno Augusto, Dereck Denis, Pablo
Ferreira e Adeilton Pereira - SP, 2003, Ficção, Colorido, 4 min.
Associação dos
moradores de Guararapes de Sérgio Péo - RJ, 1979, Documentário, Colorido, 11 min.
Dadá de Eduardo
Vaisman - RJ, 2000, Documentário, Colorido, 20 min.
Neguinho e
Kika de Luciano Vidigal - RJ, 2005, Ficção, Colorido, 18 min.
Nevasca
tropical de Bruno Vianna - RJ, 2003, Ficção, PB, 12 min.
O despejo ou...
memórias de Gabiru de Sergio Glenes - RJ, 2008, Animação, Colorido, 7 min.
Super-gato contra
o apagão de Luís Cláudio de Brito, Fábio José Novaes, Dâfnis
Alessandro, Magno Evans & Diógenes Pires da Silva - SP, 2001, Documentário, Colorido, 5 min.
Valdir &
Rute de Eloi Pires Ferreira - PR, 1997, Ficção, Colorido, 15 min.
Dias 19 e 20
Direitos
humanos
Classificação 14 anos
Recursos Extras Closed
Caption e Audiodescrição
Este programa reúne seis curtas-metragens exibidos nas
edições da Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul entre 2007 e
2010, e que primam por realizar retratos humanos e comoventes com base
em situações que vão da deficiência à injustiça social. São três documentários e três ficções da recente produção brasileira com temas muito diferentes, mas que têm sua ênfase em um exame detido e emotivo
do cotidiano de seus personagens, inserindo o espectador no ritmo de suas vidas e utilizando o cinema para tratar de histórias e situações que escapam do cardápio habitual das atrações televisivas e cinematográficas mais badaladas.
em situações que vão da deficiência à injustiça social. São três documentários e três ficções da recente produção brasileira com temas muito diferentes, mas que têm sua ênfase em um exame detido e emotivo
do cotidiano de seus personagens, inserindo o espectador no ritmo de suas vidas e utilizando o cinema para tratar de histórias e situações que escapam do cardápio habitual das atrações televisivas e cinematográficas mais badaladas.
Acercadacana de Felipe
Peres Calheiros - PE, 2010, Documentário, Colorido, 20 min.
Aloha de Nildo
Ferreira e Paula Luana Maia - SP, 2010, Documentário, Colorido, 15 min.
Dois mundos de Thereza
Jessouroun - RJ, 2009, Documentário, Colorido, 15 min.
Groelândia de Rafael
Figueiredo - RS, 2009, Ficção, Colorido, 17 min.
O plantador de quiabos de Coletivo
Santa Madeira - SP, 2010, Ficção, Colorido, 15 min.
Pugile de Danilo
Solferini - SP, 2007, Ficção, Colorido, 21 min.
Dias 26 e 27
Diferenças
Classificação: 14 anos
Uma das capacidades mais
importantes do cinema é a de conseguir nos aproximar da vida de pessoas cuja
realidade desconheceríamos de outra maneira. Seja pelo acesso a filmes de
países distantes ou pelas narrativas em outros tempos históricos, o cinema
sempre funciona como uma janela aberta ao outro. Mesmo que os filmes presentes
nessa coletânea nos apresentem histórias bem próximas geograficamente e que se
passem em tempos contemporâneos, ainda assim o que veremos será a possibilidade
do contato com realidades bem distintas. Assim, conheceremos o mundo através da
perspectiva de deficientes visuais (Reminiscência) e auditivos (O resto é
silêncio), de anões (Criaturas que nasciam em segredo), daqueles que a
sociedade considera como loucos (Príncipe do fogo) ou tão-somente daqueles que
partilham hábitos ou crenças bastante particulares (Labirinto e Patuá). Ao
final, vemos que estes 'outros', mesmo que a princípio distantes, são de fato
bastante parecidos com todos e cada um de nós.
Labirinto - Margarita
Hernández e Tibico Brasil, 2002
Príncipe do fogo -Silvio
Da-Rin, 1984
Reminiscência Eduardo
Nunes, 2001
PROGRAMAÇÃO MOSTRA PANORAMA
AGOSTO/ 2014
"Sessão de sexta-feira em novo horário: 20 horas"
MOSTRA PANORAMA
DIA 01/08 – 20h
DIA 02/08 – 18h
ESTÔMAGO
Classificação:16 anos
Marcos Jorge, 2007
Estômago,
de Marcos Jorge, é fruto de encontros surpreendentes. O primeiro é o do ator
João Miguel com Raimundo Nonato,
personagem que parece ter sido escrito para
ele, encarnado com enorme domínio e profundidade. Outros encontros são
igualmente decisivos: a comédia e a crônica social; a sofisticação e o não requintado;
a estilização da fotografia e da trilha sonora
e a veia realista das atuações.
O equilíbrio entre essas forças garante ao filme um lugar bastante particular
na cinematografia
brasileira, servindo como chave de compreensão não só de seu
próprio momento e estilo, mas também de algumas pontas
soltas do cinema
brasileiro – do realismo do diretor Roberto Santos, um dos precursores do
Cinema Novo, à estilização típica
dos anos 1980 de Wilson Barros em Anjos da
noite, filme cheio de referências pop, um contraponto ao cinema de análise
social
do período anterior.
DIA 08/08 – 20h
DIA 09/08 – 18h
OS DOCES BÁRBARO
Classificação 12
anos
Jom Tob Azulay 1978
O documentário dirigido por Jom Tob Azulay registra a turnê de shows “Os
Doces Bárbaros”, que aconteceu em 1976 em
comemoração aos dez anos de carreira
individual de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia. Foi uma
turnê de
sucesso que se iniciou por São Paulo e passou por Campinas e Curitiba,
mas foi interrompida por um incidente policial em
Florianópolis, envolvendo Gil
e um flagrante de maconha. Ainda em plena ditadura militar, o caso tomou
proporções desmedidas,
levando Gil à prisão, julgamento e internamento em
clínica de desintoxicação. O filme registra depoimentos dos geniais baianos,
cenas de bastidores, o julgamento de Gil e impagáveis números musicais. Versão
integral sem os cortes da Censura Federal.
DIA 15/08 – 20h
DIA 16/08 – 18h
DURVAL DISCOS
Classificação: 12 anos
Anna Muylaert, 2002
O grande
vencedor do Festival de Gramado de 2002 (sete Kikitos, incluindo o de melhor
filme), Durval discos, longa-metragem
de estréia da diretora Anna Muylaert,
alterna elementos de comédia absurda, drama comportamental e suspense. A
história do
quarentão que teima em vender apenas vinis em sua loja de discos,
sua relação com a mãe amalucada e a chegada de uma
menina que vai implodir esse
universo se vale bem da mistura de gêneros e estilos e das freqüentes mudanças
de tom.
DIA 22/08 – 20h
DIA 23/08 – 18h
ÔNIBUS 174
Classificação: 14 anos
José Padilha, 2002
O sequestro do ônibus foi filmado e transmitido
ao vivo pela televisão, cujas imagens são mostradas no documentário, porém um
dos argumentos sustentado pelo autor do filme é que o rapaz em foco tenha sido
vítima de um processo de exclusão social a tal
ponto, que ele tenha se bandeado
para o crime, não por escolha própria, mas por abandono por parte das
autoridades do Estado
do Rio de Janeiro. O documentário mostra o processo de
transformação da criança de rua em bandido e sugere as causas da
violência nas
grandes cidades do Brasil.
DIA 29/08 – 20h
DIA 30/08 – 18h
A HORA DA ESTRELA
Classificação:14 anos
Suzana Amaral, 1985
Baseado no
romance homônimo de Clarice Lispector, é primeiro longa-metragem de Suzana
Amaral. Modelo fértil para a história
da adaptação cinematográfica brasileira
pela forma criativa com que trabalha o discurso literário e sua transposição
para o
cinema. Narra a tragédia social do retirante nordestino a partir do
percurso de Macabéa, uma imigrante alagoana que abandona o
Nordeste para viver
na metrópole. Alcançou expressiva repercussão e conquistou alguns dos
principais prêmios nos festivais de
Brasília e Berlim.
JULHO/ 2014
"Sessão de sexta-feira em novo horário: 20 horas"
DIAS
04 e 05/07/2014
SÃO PAULO SOCIEDADE ANÔNIMA – Direção LUIZ
SÉRGIO PERSON
DIA 04/07 – 20h
DIA 06/07 –
18h
Poucas
vezes o cinema brasileiro conseguiu capturar e eternizar um espaço e um tempo de
maneira tão forte quanto no retrato da São Paulo da virada dos anos 1950 para
os anos 1960. Enquanto o cinema nacional voltava seus olhos para o interior e
para o sertão para conseguir encontrar uma idéia de brasilidade autêntica,
Person vai em busca das angústias existenciais e coletivas de uma classe média
urbana e mostra a vida de um homem absoluta e terrivelmente comum.
DIAS 11 e 12/07/2014
SERRAS DA DESORDEM – Direção ANDREA
TONACCI
DIA 11/07 –
20h
DIA 12/07 –
18h
Carapirú vagou durante dez anos pelo
Brasil caboclo após escapar de um massacre em sua aldeia. Andrea Tonacci foi um
expoente do Cinema Marginal antes de filmar intensivamente com índios. O
encontro desses dois homens resultou num clássico instantâneo, eleito melhor
filme e direção no Festival de Gramado de 2006. O filme reconta de maneira
original a grande tragédia que se abateu sobre a população indígena durante o
período da modernização conservadora.
DIAS 18 e 19/07/2014
NARRADORES DE JAVÉ – Direção ELIANE CAFFÉ
DIA 18/07 –
20h
DIA 19/07 –
18h
Diante do risco de desaparecimento
do lugarejo onde vivem, os habitantes de Javé recorrem à memória para preservar
seu mundo. Mas quem sabe direito o que aconteceu na origem, como aquela gente
foi parar lá? Cada contador tem sua versão, e a história acaba se desdobrando
em muitas outras. A combinação de sabor popular com uma forma simples, porém
elaborada, valeu a Narradores de Javé prêmios em festivais como o do Rio, o
CinePE e o de Bruxelas.
DIAS 25 e 26/07/2014
ASSIM ERA A ATLÂNDIDA – Direção CARLOS
MANGA
DIA 25/07 –
20h
DIA 26/07 –
18h
Um dos maiores diretores da época de
ouro da Atlântida, Carlos Manga reúne trechos das principais produções dos
estúdios cariocas e depoimentos de atores e diretores. Há dramas, comédias e
policiais - que sobreviveram a um incêndio e a uma inundação nos depósitos da
empresa – mas foi com as chanchadas musicais que a Atlântida marcou época nos
anos 1940 e 1950 e lançou mitos como Grande Otelo, Oscarito, Zezé Macedo, Zé
Trindade, Anselmo Duarte e Cyll Farney.
PROGRAMAÇÃO MOSTRA PANORAMA
JUNHO/
2014
"Sessão de sexta-feira em novo horário: 20 horas"
20 de junho - sexta: 20h00
21 de junho sábado: 18h00
21 de junho sábado: 18h00
MEIO AMBIENTE NA TELA -
Curtas-Metragens
DIA 22/06 – 20h
DIA 21/06 – 18h
Classificação:Livre
Conviver,
estar em relação. Esses dois significados subjacentes ao termo ecologia revelam
que a preocupação com o meio ambiente consiste, de fato, em cuidar da nossa
casa e de tudo que nos cerca. Em garantir, além do bem-estar, nossa
sobrevivência. Os seis documentários presentes neste programa registram o risco
crescente provocado pela atitude predatória que enxerga o mundo como
supermercado e lata de lixo. Feitos entre 1973 e 2011, estes filmes são também
documentos de um problema que em quatro décadas só se agravou. Poluição, exploração,
depredação, usurpação, extinção. Termos tão negativos servem de estímulo para sair
da concha e entender que, para a espécie humana sobreviver, é fundamental que o
mundo esteja vivo.
De Krajcberg a Chico Mendes – Direção Aluisio Didier - 10 min.
Ecologia – Direção Leon Hirszman - 10 min.
Encontro das Águas – Direção Bruno Torres e Evaldo Mocarzel -7 min.
Lutzenberger: For ever Gaia – Direção José Lutzenberger e Otto Guerra - 52 min.
Subpapéis – Direção Luiz Eduardo Jorge -18 min.
Xetá –
Direção Fernando Severo - 20 min.
27 de junho - sexta: 20h00
28 de junho sábado: 18h00
28 de junho sábado: 18h00
SINFONIAS URBANAS – Curtas-Metragens
DIA 27/06 – 20h
DIA 28/06 – 18h
Classificação:14 anos
Embora as
grandes cidades se caracterizem justamente pela enorme quantidade de habitantes
em circulação constante, não é nada fácil encontrar nelas o seu lugar e
estabelecer relações com as pessoas. Essa é a constatação inevitável que surge
ao assistir aos curtas-metragens desta coletânea, cujos personagens estão em
permanente conflito com paisagens, ritos urbanos e até mesmo outros habitantes.
São filmes importantes, que passaram por alguns dos principais festivais do
mundo, como Cannes (Estação), Clermont-Ferrand (Furico & Fiofó), Locarno e
Roterdã (Praça Walt Disney), e que ganharam prêmios relevantes nos principais festivais
nacionais, como Gramado (Ribeirinhos do asfalto), Brasília (Brasiliários),
Sergipe (Engano), Anima Mundi (Furico & Fiofó), Belo Horizonte e Rio de
Janeiro (Praça Walt Disney).
Brasiliários – Direção Zuleica Porto - 10 min.
Engano – Direção Cavi
Borges - 12 min.
Estação – Direção Márcia Faria - 15 min.
Furico & Fiofó – Direção Fernando Miller - 8 min.
Praça Walt Disney – Direção Renata Pinheiro e Sergio Oliveira - 21 min.
Ribeirinhos do Asfalto – Direção Jorane Castro - 26 min.
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